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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Eclipse. Um portal entre dimensões.

Venho aqui (e agora) me aprofundar nas reflexões sobre como funcionam os recados dos eclipses e os diversos fenômenos decorrentes deles na vida e na realidade. Mas primeiro precisamos entender como funciona a gestação dos acontecimentos na realidade da 3a dimensão, tendo em vista as dimensões mais sutis. Especialmente a 4a dimensão, que está muito próxima de nós aqui, que vivemos no concreto e no corpo físico (3a dimensão). Dimensão é uma palavra que faz referência a como é possível medir e perceber um fenômeno, partindo de um certo ponto de vista. No caso, a 1a dimensão é a dimensão de 1 ponto, a 2a dimensão é a da linha (2 pontos), a 3a dimensão é a do triângulo (3 pontos: altura + largura + profundidade = cria a forma), a 4a é a do tetraedro (a do triângulo com um 4o ponto de profundidade e perspectiva, um sólido de 4 lados) e assim vamos ampliando as possibilidades a cada dimensão.

Na 3a dimensão vivemos a matéria e podemos moldar e nos movimentar através do espaço. Já na 4a dimensão é possível moldar e se movimentar através do tempo (passado + presente + futuro = o aqui-agora ou o tempo relativo). Ou seja, na 4a dimensão é onde estão codificados os eventos ocorridos no passado, a infinidades de infos do presente e aqueles eventos que estão em processamento para ocorrer no futuro (é onde ficam, em grande parte, os registros akáshicos ou a biblioteca de luz de toda a existência).


A 4a dimensão é um mundo (imenso) muito ligado à matéria (3a). E 3a-4a dimensões se entrelaçam a todo tempo (espaço-tempo), definindo cada evento da realidade. É por isso que, para interpretar os símbolos da astrologia, usamos sempre as referências do céu visto em um espaço e tempo específico aqui neste planeta. A 4a dimensão também é a dimensão dos símbolos e códigos que se apresentam para nós em imagens (principalmente) dentre outros. Nela (4a) também estão codificadas as informações que surgem na maioria dos sonhos (há alguns que são de 5a), nos oráculos (tarot, búzios e etc.), sincronicidades e no contato com seres que não estão mais encarnados.

É importante saber que, quando nascemos, nossa consciência (que está na 4a dimensão) morre para a 4a e nasce para a 3a (como bebêzinho). Assim como quando nosso corpo morre para a 3a dimensão (a da matéria) nossa consciência nasce imediatamente na 4a dimensão (seja no baixo astral, no médio ou no alto astral da 4a). Nosso processo evolutivo, aqui no corpo físico, é ser capaz de perceber conscientemente as informações disponíveis nas dimensões cada vez mais sutis (4a.. 5a.. 6a...) e interpretar a vida da forma mais ampla possível, como os grandes mestres que estão na 5a dimensão (a da iluminação). Enquanto não chegamos lá, bora tentar pelo menos decifrar a 4a, certo?

Então, a 4a dimensão é um mundo tão gigante de informações e fenômenos que, se estamos desconectados da nossa essência e não exercitamos nossa intuição, podemos viver aqui na 3a perdidos e interpretar a realidade de uma forma muito distorcida e equivocada (em alguns casos até primitiva, focada só no instinto e na sobrevivência do corpo). Isso acontece porque temos como ferramenta de percepção da matéria os nossos 5 sentidos, para identificarmos os fenômenos desta dimensão do concreto (3a). O sexto sentido (intuição), que não é propriamente um sentido, mas sim a nossa capacidade de síntese, é que integra e interpreta as informações que coletamos com os 5 sentidos.

O sexto sentido (a intuição) é a nossa ferramenta que atua na 4a dimensão em nossa consciência, onde sintetizamos e damos significado aos fenômenos da realidade (3a). Uma excelente forma de estar sempre sintonizado, integrando construtivamente 3a e 4a dimensões, é nos estados meditativos e sonhos ou na interpretação das informações dos simbolos astrológicos ou mesmo quando nos propomos a observar e dar significado às sincronicidades, que acontecem a cada instante na vida ao redor. A 4a dimensão está muito muito muito próxima de nós (que vivemos em corpo na 3a) e está sempre nos enviando recados, apresentando perspectivas mais amplas e codificadas para nos guiar nesta vida concreta, tão cheia de complexidades.

Uma coisa muito importante de entender sobre como funcionam os acontecimentos da existência, é comprender que existe toda uma metafísica que envolve a gestação das coisas que surgem e que, primeiro elas se organizam nas dimensões mais sutis, para então "ir descendo" para a 3a dimensão. É como um download que "baixa" o material (fenômeno) que está na nuvem.
Ou seja, por exemplo, um casal que de repente se encontra e se apaixona na vida, na verdade já se encontrou na 5a dimensão e depois na 4a, para então acontecer de se encontrar na realidade da 3a (inclusive, tem gente que sonha com pessoas que não conhecem ainda, mas que vão aparecer logo em seguida em suas vidas). Outro exemplo seria a de uma pessoa que vive uma grande guinada na vida, que de repente ganha muito dinheiro e tem uma súbita expansão profissional de status, levando a novas experiências completamente diferentes das que tinha até então. Tudo isso para ser real na 3a dimensão, só surge quando bem antes já havia acontecido nas dimensões mais sutis, para enfim se tornar realidade.

A "nuvem" que mencionei aqui é uma metáfora de onde estão "pairando" os códigos (4a dimensão) que são apresentados o tempo todo para nossa consciência decodificar (quer percebamos ou não) e se guiar pelos caminhos à frente. Podemos usar como métodos de de-codificação aquelas mesmas ferramentas interpretativas que citei e muitas outras: sincronicidades, sonhos, astrologia, tarot, oráculos, numerologia, intuição, insights, déjà vu, atos falhos, chistes e etc. Então, é por isso que é possível sim interpretar os símbolos e fazer previsões daquilo que está codificado e se formulando na 4a dimensão. Dessa forma exercemos melhor nosso livre-arbítrio, nos posicionando de modo a conduzir nossa vida mais construtivamente, desviando previamente de possíveis desafios e aproveitando com maior planejamento as oportunidades de crescimento quando surgirem.

Tudo o que chamamos de espiritualidade é, nada mais nada menos, que estar sintonizado a todo momento com os símbolos das dimensões mais sutis (4a e 5a) e assim conduzir nossa vida com mais sentido e significado. Estar constantemente integrando os símbolos e mensagens das dimensões mais sutis traz essa sensação de plenitude, completude e conexão com o todo, ao nos permitir criar coerência em tudo que é vivido. Além de nos permitir estar precavidos, desviando possivelmente das versões mais negativas da expressão dos símbolos. Inclusive, podemos buscar trabalhar todas essas mensagens codificadas através dos canais que mais sentimos afinidade.

Podemos buscar uma forma intimista e transformadora de trabalhar internamente os símbolos, intencionando canalizar seus significados no sentido de gerar progresso, evolução e expansão da consciência. Seja em processos psicológicos terapêuticos ou nas múltiplas possibilidades de expressão artistica, nos rituais de conexão e despertar espiritual ou mesmo nas vivências curativas com alucinógenos. Assim como em momentos de oração e cerimônias religiosas profundas, rituais com cristais, reiki ou iniciações, ou ainda em contatos com a natureza, animais e os 4 elementos (as possibilidades de conexão são infinitas). Afinal, exercemos melhor nosso livre-arbítrio dessa forma, do que se escolhermos nos manter desconectados, sendo levados pela vida como um barco à deriva. 

Com tudo o que falei aqui até agora, parece até que estou fugindo do tema do texto, mas na verdade esta explicação é fundamental para entender como funciona a decodificação simbólica da astrologia e mais especificamente ainda quanto aos eclipses. Porque eles (os eclipses) trazem informações do surgimento da movimentação de aspectos muito rústicos da realidade, de aspectos mundanos e terrenos muito voltados para o instinto e a sobrevivência da Terra (como uma entidade consciente e vivente). 
Os eclipses canalizam informações de energias tão únicas, raras e intensas no funcionamento da vida na Terra, que bagunçam toda essa lógica das diversas dimensões da realidade. O alinhamento entre Sol-Lua-Nodos-Terra, que acontece durante os eclipses, é um fenômeno que surge como um raio, cortando e atravessando as diversas dimensões da existência. Esse corte, esse raio ou fissura interdimensional, pode ser entendida como um portal, onde fenômenos, informações e coisas bizarras surgem, pegando todos nós (presunçosos seres humanos, que somos e acreditamos saber tudo do universo) de surpresa. Na verdade, mais sábio seria reconhecer que: o que conhecemos é uma gota, o que desconhecemos é um oceano.

É então a partir dessa consciência, que aqui podemos inverter o processo a nosso favor do que surge vinculado ao eclipse, convertendo sua potência em algo positivo, convertendo destruição em regeneração. É este mesmo fenômeno (eclipse), que surge na realidade (3a dimensão) e que sinaliza a abertura de um portal que atravessa os diversos níveis interdimensionais (trazendo conteúdos de bizarrices e sombras), que é o fenômeno igualmente capaz de produzir um canal extremamente potente de cura e libertação de emaranhados sistêmicos, dos mais complexos e difíceis da vida aqui na Terra. Os eclipses são um fenômeno que despontam como uma bagunça, tanto na vida física como na metafísica da existência, de tal forma que, se bem usado, pode se converter na grande chave que faltava para destravar o maior dos males, o mais desafiador dos problemas, a mais dolorosa das dores. É o veneno que cura o mal. É o abscesso que estoura e supura e supera e libera o corpo da dor.

Se entendermos que, todas as dimensões da existência são simplesmente diversas perspectivas de olhar a vida (ampliando e trazendo cada vez mais compreensão de como tudo funciona), podemos da mesma forma pegar essa lógica e entender que: os símbolos que decodificamos na existência (e que podem vir de forma desafiadora ou assustadora, a principio), basta serem esmiuçados e conduzidos com perspicácia, para se tornarem um dragão domado, cuspindo fogo no alvo correto. Sendo assim, um agente de libertação, cura, integração e expansão da vida, transmutando toda dor em amor. Afinal, todo fenômeno da existência possui o seu lado sombra e o seu lado luz, podendo se tornar tanto um agente de destruição como de regeneração da potência de vida. Tudo depende do nosso grau de consciência (e sabedoria) em conduzir cada contexto da vida.


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SUGESTÃO DE LEITURA:




sábado, 14 de outubro de 2023

Eclipse. Que fenômeno é esse?

Eu não sou de menosprezar o impacto de um eclipse, nem na minha vida nem na de ninguém. Mas também não sou de me apavorar diante de um ou dois, aqui e ali. Afinal, todo ano temos 2 temporadas de eclipses e, querendo ou não, sobrevivemos para contar a história. Eu prefiro esmiuçar o que eles propõem sinalizar em nossa vida, mastigar e digerir todo seu recado e enfrentar olho no olho (com óculos apropriados, claro) o que ele veio eclipsar por aqui.

Sim. Eclipses trazem o recado de que pessoas, coisas, ideias, projetos, sonhos e qualquer outro fenômeno da vida pode ser eclipsado ao redor. Pode acontecer fora e pode acontecer dentro. Pode ser aquela pessoa que parte para o além vida, como pode ser aquela pessoa que parte da nossa vida. Pode ser aquela luz que se apaga dentro do nosso coração também, assim como a luz se apaga no céu. Pode ser que seja um momento que finalizamos um ciclo pessoal importante e isso parecer uma morte simbólica, um pedaço de nós que se foi, que foi eclipsado. A vida reflete o céu e o céu reflete a vida.

Nas abordagens antigas, o clima de eclipse era bem fatalista, não existia muito livre-arbítrio nem muito espaço para a consciência digerir significados e conduzir o recado do céu de uma forma particular, intimista e transformadora. Era tudo muito preto no branco e os fatos falavam mais alto: ou morria ou sobrevivia. Bem simples. Então os recados do céu eram simples também, sem muito espaço para as nuances da consciência. Os tempos mudaram e os tempos vão mudar ainda muito mais (oremos e nos preparemos). Hoje temos sim uma parcela maior de livre-arbítrio. Ganhamos uma fatia bem pequena desse bolo, mas já podemos saborear a vida de outra forma. Temos coletivamente o reconhecimento de nosso trabalho interno, temos técnicas e recursos de exercer nosso livre-arbítrio e sobreviver mais e melhor às intempéries da vida e do céu. É por isso (e só por isso) que o eclipse não precisa ser uma condenação para ninguém.


Dito isso, vamos esmiuçar as possibilidades de interpretação dos recados de um eclipse.

Para um eclipse acontecer, precisa haver o alinhamento do Sol-Lua com o eixo de Nodos Lunares, fazendo com que Luas Cheias e Novas estejam precisamente alinhadas com a Terra e assim ocasione o ocultamento de um dos luminares. Os Nodos são pontos virtuais que andam em marcha ré no zodíaco, no sentido inverso ao dos planetas, e é por causa desse movimento para trás que os eclipses (o alinhamento Sol-Lua-Nodos-Terra) trazem o simbolismo no espaço-tempo de "um recado do futuro para o presente". Então, é muito importante estar atento aos eventos e informações que pipocam durante o período de eclipses, pois tem aí sempre uma mensagem codificada de algo que está criando corpo na realidade, mas que ainda não se mostrou por inteiro. Um recado do nosso eu do futuro para o nosso eu do agora.


Outro fato interessante é que os povos antigos diziam que "não se mexe em vespeiro em tempos de eclipse". Ou seja, os instintos da natureza estão todos à flor da pele no período e existe um certo caos generalizado no ar, uma eletricidade sombria, em que tudo de mais bizarro pode acontecer. É neste ponto que nós humanos nos vemos minúsculos diante de um mundo assustador, diante de uma natureza avassaladora e de um planeta que pode nos engolir. Isso surge porque nos achamos, hoje em dia, seres dominantes diante da natureza e o inverso (a impotência) nos parece bizarro e inesperado. Pura ingenuidade nossa.

Nós humanos muitas vezes esquecemos que as reações caóticas da natureza (sejam nos animais, no clima ou nos coletivos), todas são uma resposta a algo que rompe com a estabilidade esperada e necessária dos contextos e ciclos naturais que nos sustentam a todos. A segurança e estabilidade é rompida na natureza quando surge a ocultação da luz do céu, seja na noite ou no dia, seja da Lua ou do Sol, seja pouco ou seja muito. Essa interrupção da emissão de luz que chega na Terra (e na percepção dos ciclos de dia-noite-dia) é suficiente para eletrizar o ar e deixar todos os seres viventes à beira do caos. Não só animais e humanos, mas também os elementos e elementais que mantém a estrutura do planeta. Tudo se mexe para acomodar o desconforto da estabilidade rompida pelo eclipse. É o instinto em estado de alerta para responder a cada possível ameaça. Por isso, querido humano, não mexa em vespeiro em tempos de eclipse.


Esticando um pouco mais este raciocínio, podemos entender que nós humanos também podemos reagir a contextos tensos ou situações limite ou problemas camuflados com a mesma instintividade de um animal selvagem. Em tempos de eclipse é muito mais possível e passível de acontecer. Reproduzimos subjetivamente este mesmo estado de reação anímica instintiva a qualquer ameaça que parece estar pairando no ar, a esta instabilidade elétrica e desconcertante, a esta sensação de que a vida é incompreensível e que tudo ao redor está envolto em sombras.

Sombras? Eu disse sombras? Sim. O eclipse é o aparecimento de uma sombra sobre o Sol ou sobre a Lua, já que no eclipse lunar a Terra oculta a luz do Sol sobre a Lua e no eclipse solar a Lua oculta a luz do Sol sobre a faixa de terra que ele iluminaria na Terra. É nesse sentido que vemos esse espelhamento ocorrer com os eventos sombrios que surgem no período. É como se o aspecto sombra da dualidade estivesse mais ativo, já que nossa consciência tende a negar e reprimir a própria sombra, projetando-a nos outros e negando-a em si. Somos todos seres iluminados e bondosos diante de um mundo coberto de maldade. Mas aí vem o eclipse e o lado sombra de todo mundo pula para fora, como um complexo psíquico que age para além da vontade individual. Esta parte sombra tão negada como real, não se constrange em aparecer junto do aparecimento da sombra sobre a luz dos luminares no céu. O problema maior é isso ser um fenômeno generalizado, em que cada encontro parece ser o encontro de duas sombras e não entre dois seres humanos vivendo suas melhores versões. Por isso, quanto mais silêncio, reserva e alívio físico, emocional e mental desta tensão que paira no ar, melhor. Um pouco de reclusão não faz mal a ninguém. 


Em sua melhor versão, estar consciente de tudo isso nos permite viver esta conjuntura metafísica exótica de uma forma menos destrutiva e mais construtiva. É possível estar alerta, recluso, meditativo e silencioso, buscando refletir sobre os acontecimentos da vida. É possível se preparar e estar atento para captar as mensagens subliminares que a vida está trazendo, sejam nas sincronicidades ou nos sonhos, nos mal-entendidos em conversas e encontros ou nas imagens e correlações simbólicas que surgem ao redor. Como também em oráculos e em estados meditativos de consciência, em contatos sutis com a natureza ou com cristais, dentre outros. É possível aproveitar este estado alterado no funcionamento da vida aqui na Terra para buscar formas alternativas de encontro com o próprio Eu e de descobertas sobre a vida e a existência. A época de eclipses é também um momento de grande despertar da consciência, para aqueles que já possuem um trabalho metafísico interior e conseguem conduzir esta energia para a abertura de insights e canais positivos de comunicação com dimensões sutis. Para além de todo caos, há a cura. Para além de toda perda, há a abertura de novos caminhos. Para além de toda ruptura, há a descoberta de verdades libertadoras. Para todo fim, há um novo começo.


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