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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MIX ASTRAL


Confira minha participação no programa Papo na Rede:



7 comentários:

  1. Clarissa,


    Em primeiro lugar, quero lhe desejar os parabéns pela sua participação no programa. A Astrologia é um tema muito amplo e polêmico, e mereceria até mais programas como este para ser abordada mais a fundo.

    Mas enquanto a mídia ainda não oferece mais espaço para os assuntos ligados à essência do ser humano e suas relações com o universo que o cerca, quero iniciar aqui uma conversa mais aprofundada sobre esta arte milenar, talvez a mais antiga das ciências.

    Aproveitarei a minha própria fala para fazer a primeira pergunta:

    >> A Astrologia pode ser considerada uma ciência? O que é Astrologia?

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  2. Sidarta, obrigada pela proposta...

    Vai ser interessante trabalhar melhor esse tema aqui e, como você disse, deveria existir mais espaço na mídia para abordar e esclarecer sobre a Astrologia.

    .

    Em resposta...

    Bom, historicamente, a Ciência nasceu junto com a Filosofia, quando Sócrates questionou toda a forma de pensamento que existia até então. Isso foi por volta do século V a.C. e então teve início a expansão do pensamento objetivo e questionador, ao invés do tipo de raciocínio mais comum, nomeado hoje como "pensamento mágico".

    * Esse "pensamento mágico" é tido como o modo de entender a vida que leva em conta os mitos, lendas, superstições e crenças religiosas como referência para "decifrar" e/ou justificar as ocorrências naturais, que ainda não se sabe como e porque acontecem.

    Depois do nascimento na Filosofia/Ciência, toda a forma de se interpretar a existência que tinha alguma ligação com mitos e crenças foi associada ao "pensamento mágico" e então menosprezada. Subentendendo-se que esse tipo de pensamento não era objetivo e não possuía lógica suficiente para merecer a atenção de pensadores mais eruditos.

    Foi então aí que começou a exclusão da Astrologia em relação ao "pensamento científico". Pois, ao longo dos séculos posteriores, a Astrologia foi sendo cada vez mais associada ao "pensamento mágico", por causa do uso da Mitologia para explicação da sistemática astrológica, dos nomes dos planetas, signos e etc.

    Com o desenvolvimento e construção da sociedade como conhecemos hoje, surgiram as universidades e com elas os protocolos e formatações do modo de se estruturar o "pensamento científico". A Ciência se separou da Filosofia e diversas novas Ciências surgiram, povoando o mundo acadêmico que conhecemos na atualidade.

    ...

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  3. Continuando...

    Dentro das universidades se estuda sobre "Ciências", nas quais o conhecimento que é passado e desenvolvido tem que se encaixar nos preceitos de estatística e probabilidade exigidos, para que possam ser reconhecidos como "Ciência".

    Por exemplo, a Psicologia [que atualmente é um conhecimento subjetivo amplamente estudado e desenvolvido nas universidades do mundo inteiro], até o fim do século XIX, era considerada como nada mais do que um "pensamento mágico". A partir daí, estudiosos e pesquisadores do tema trabalharam com o intuito de construir um "conhecimento científico" da Psicologia, conseguindo o reconhecimento de seus trabalhos encaixando-os nos pré-requisitos [estatística e probabilidade] para um "Ciência". Foi então que a Psicologia pode ser chamada de "Ciência".

    Nesse ponto é onde escorrega a Astrologia e os astrólogos que vêm desenvolvendo esse conhecimento. São poucos e tímidos os estudos sobre Astrologia que se encaixam na estrutura exigida pela Academia para se desenvolver uma "Ciência". Ou seja, são poucos os profissionais da Astrologia que se deram ao trabalho de colocar esse conhecimento dentro dos preceitos de estatística e probabilidade.

    Por conta disso, a Astrologia não pode ser considerada academicamente como uma "Ciência". Mas, sim, é um conhecimento subjetivo, que tem como referência os conteúdos simbólicos apresentados na Mitologia, tendo como finalidade interpretar a realidade da vida e dos seres humanos.

    Com o surgimento do Psicologia Analítica, no começo do século passado, Jung trouxe uma nova luz para o entendimento de como funciona [e porque funciona] o conhecimento astrológico. A interpretação dos símbolos, o conceito de Inconsciente Coletivo, das polaridades e todos os demais pressupostos do pensamento junguiano tornaram compreensível a lógica da Astrologia.

    Hoje em dia, é muito ingênua a ideia de se entender a Astrologia como um mero "pensamento mágico". A riqueza de símbolos e a coerência inerente à sistemática astrológica nos leva a perceber que é fácil adaptar esse conhecimento milenar para dentro das exigência da estrutura de uma "Ciência".

    A única dúvida que nos resta ainda é:

    "Quando" a Astrologia vai ser adaptada e reconhecida como "Ciência".

    .

    Um abraço!

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  4. Então, como a gente pode definir a Astrologia?

    O que vem a ser este conhecimento subjetivo chamado Astrologia?

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  5. Bem, se a Astrologia não pode ser chamada de "Ciência" [de acordo com o que já expliquei sobre "o que é Ciência" para o mundo acadêmico], então a Astrologia deve ser classificada como um "saber" ou um "conhecimento". É assim que ela é entendida na atualidade.

    Mas estruturalmente, a Astrologia é um sistema simbólico, que faz referência à vida prática tendo como base a simbologia dos astros do Sistema Solar. Ou seja, Sol, Lua, Mercúrio, Venus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão são tomados como pontos simbólicos [cada um com um conteúdo e representação particular] que, quando se relacionam um com o outro, produzem uma nova tonalidade, tornando seu conteúdo simbólico ainda mais perculiar.

    Quando um astrólogo busca a decodificação desse conteúdo simbólico, ele se utiliza de outros conhecimentos para trazer para realidade o que o astro está querendo traduzir. A Mitologia entra nesse ponto como uma leitura da realidade que possui inúmeros símbolos associativos entre si e que, se o astrólogo se aprofundar no entendimento de tal simbolismo, encontra uma associação direta entre o símbolo e a realidade.

    Por exemplo, quando olhamos para Venus [chamada Afrodite pelos gregos] em um Mapa Astral, podemos buscar na Mitologia as histórias onde Afrodite aparece e então teremos um padrão de conduta próprio dessa deusa do Olimpo. Esse padrão é o simbolismo referente ao planeta Venus - os prazeres, os relacionamentos, a beleza, o feminino, a vida social, a sedução. Esse conteúdo simbólico será decodificado de forma particular para cada Mapa Astral, de acordo com a relação que o planeta Venus possui com os outros planetas, signos, elementos, casa astral e etc. Com isso nos voltamos para a realidade prática e podemos pontuar como aquela pessoa [para quem lemos o Mapa Astral] vivencia na sua vida os prazeres, os relacionamentos, a beleza, o feminino, a vida social, a sedução - tudo o que o simbolismo de Venus representa.

    É assim que procede a lógica da Astrologia: astro do Sistema Solar -> seu conteúdo simbólico -> histórias mitológicas que envolvem tal astro -> a forma de se vivenciar esse conteúdo simbólico na vida prática.

    Então podemos observar que existe de fato um enfoque na percepção subjetiva, já que estamos a observar padrões simbólicos e expressões práticas que têm como base um elemento intangível, que é a psique, humana e coletiva. A realidade prática se apresenta posteriormente como uma forma de manifestação de tal conteúdo subjetivo e simbólico, mas não como causa.

    Aliás, não podemos falar de causalidade na Astrologia, mas somente de analogias. O símbolo cósmico que faz uma referência análoga com a realidade.

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  6. O que é um Mapa Astral? Qual a sua importância?

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  7. Esteticamente, o Mapa Astral é um desenho que ilustra o céu em um determinado momento. É como se fosse uma fotografia do Sistema Solar, tendo como ponto de referência um local específico do planeta Terra.

    É por isso que os dados para se calcular um Mapa Astral são: dia, mês ano, hora exata [dimensão tempo] e local/cidade [dimensão espaço] onde ocorre um evento ou o nascimento de uma pessoa. A partir disso, um Mapa é calculado e é possível analisar todas as variantes simbólicas colocadas ali.

    O Mapa Astral possui a função de ser um guia, como um mapa geográfico comum, que tem o intuito de guiar uma pessoa a seu destino. O que difere entre um e outro, é que o mapa comum guia o caminho geográfico que uma pessoa quer percorrer, já o Mapa Astral guia os caminhos interiores por onde a alma quer seguir.

    A pessoa que tem acesso ao seu Mapa Natal tem a oportunidade de analisar, por uma visão externa, aquilo que acontece internamente. Sua perspectiva diante da própria vida se torna mais objetiva, pois ela consegue agora visualizar seus pontos fortes e fracos, podendo trabalhar melhor em cima disso.

    O Mapa Natal de uma pessoa é um desenho simbólico dos pontos mais relevantes a serem desenvolvidos e trabalhados durante sua vida. E do Mapa Natal derivam outros Mapas, é a partir desses outros que é possível fazer "previsões", ou melhor, análises dos ciclos de vida e do momento presente vivido por essa pessoa.

    Conhecendo ou não as nuances de seu próprio Mapa Natal, uma pessoa irá vivenciar de qualquer forma o conteúdo simbólico que está codificado no Mapa. Bem, eu disse "de qualquer forma", pois a pessoa que tem conhecimento sobre seu Mapa Natal tem a possibilidade de viver seu simbolismo "da melhor forma". É essa a função da Astrologia que eu acredito ser mais importante e valiosa.

    Se essa pessoa tem conhecimento de seu Mapa e sabe em que setor da vida será mais enfocado o momento atual, ela pode escolher melhor suas atitudes, reações e objetivos para onde se direcionar. Pode também ficar alerta para qualquer evento externo que possa afetar positiva ou negativamente sua vida.

    Por fim, o Mapa Astral é o instrumento mais importante no trabalho dos astrólogos. Pois, mesmo tendo por base o céu para estruturar seu desenho, é só quando temos em mãos o Mapa Astral completo, que podemos fazer uma síntese de seu simbolismo astrológico. Um constante exercício de análise e síntese dos diversos símbolos ali apresentados.

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